quinta-feira, 7 de abril de 2016

Mascaras[+18]

Olá, você aí deve estar se perguntando quem diabos eu sou, infelizmente eu não posso lhe dar esta valiosa informação, pelo bem da minha vida. Tudo começou há cinco anos, eu trabalhava como policial e não era nem de longe um “David Caruso”, mas era bom no que fazia. Eu havia solucionado cerca de 60% dos crimes mais enigmáticos que você possa imaginar, mas um caso em questão realmente me intrigou: Um pastor fora encontrado crucificado, seus olhos arrancados, suas pernas carbonizadas. Até este ponto parece um típico caso de sadismo, certo? Errado. O órgão genital do pastor não estava mais lá, em seu lugar havia uma pequena garrafa, colada em seu corpo. Dentro da garrafa havia uma folha de papel, com o seguinte texto digitado:

“Deus existe? Se existe, definitivamente não está fazendo seu trabalho”.

“Ótimo, mais um assassino pra tirar meu sono!”, pensei. Realmente, há tempos que não topava com criminosos deste tipo. Da última vez, o miserável havia sido morto por um parente de uma das vítimas, que se entregou na delegacia, chorando como um cachorro sem dono. Mas há um aspecto neste maníaco atual que me intrigou: O pastor estava usando uma máscara de porcelana com um suposto rosto de Jesus Cristo pintado, além de louco, este assassino era criativo. Na semana seguinte, fizemos uma busca na cidade e encontramos o órgão do padre, jogado dentro de uma lata de lixo, fedendo a decomposição, obviamente, não fui eu que achei o “Senhor P”, mas sim um pobre lixeiro. Dei até uma gorjeta ao cidadão por suportar tamanha maldade, ele ficou animado, suponho que agora vá passar a procurar vários exemplares do “Senhor P”, na esperança de ganhar mais dinheiro, não o culpo por isto.

Um mês depois, foi encontrado o corpo de uma mulher. Seu peito estava aberto, com uma embalagem transparente dentro, na embalagem, havia mais um maldito papel:

“ Não é preciso estar morto para ser alguém podre”

Eu sabia que era o mesmo assassino, pois a mulher também estava com uma máscara de porcelana, o semblante dela pintado a perfeição. Dia após dia, várias crianças vieram à igreja se confessar para o novo pastor, eis a revelação, o antigo pastor abusara das crianças sexualmente.

Eu não podia acreditar, eu conhecia o velho, era um homem gentil e bom! Pelo menos, eu pensava isso. Ao investigar o sujeito mais a fundo, descobri que sua carreira “exótica” se alastrava além da nossa cidade, dá pra acreditar? Um pedófilo de merda debaixo de nosso nariz, e não sabíamos de nada! A pobre mulher que teve seu peito aberto era uma prostituta alcoólatra que batia em seu filho para descontar suas fúteis crises de abstinência. Ultimamente, minha capacidade investigatória está decaindo, ou será que eu estou duvidando de mim mesmo? O que realmente importa, é que o assassino ainda está solto. Preciso pegá-lo.

Semana após semana, pessoas morrem pelas mãos desse monstro. Comecei a colecionar as máscaras dos crimes, buscando algum tipo de relação, sem sucesso. Resolvi procurar meu irmão gêmeo, um médico de sucesso, mostrei as fotos dos crimes para ele, meu irmão disse que os cortes eram precisos, quase que cirúrgicos. Meu irmão era um sujeito sério, isso obviamente se devia a nossa infância, ele era o aluno exemplar, e eu, o favorito do time de futebol. De fato, nossos caminhos eram muito diferentes, eu tive minha primeira namorada aos 16 anos, ele se FORMOU aos 16. Apesar disso, eu gosto muito dele.



Os crimes chegaram ao seu ápice. Nesta semana, encontramos mais cinco pobres vítimas, todas com passados vergonhosos, ah sim, não me pergunte sobre o estado em que as achei, a comida sobe ao longo de meu esôfago só de lembrar. Eu finalmente perdi um pouco do meu orgulho e decidi procurar psiquiatras, eles disseram que o assassino tinha uma grande raiva contida, ao julgar pelo estado das vítimas. Para eles, as máscaras eram sinônimas de falsa personalidade, recurso que as pessoas utilizam muitas vezes para se adequar a certo grupo ou pessoa. Hoje, quando fui para casa, me deparei com o simpático carteiro, o Senhor Thompson, inserindo a carta em nossa caixa de correio, eu o interrompi e decidi ler a carta ali mesmo. O conteúdo da mesma me deixou pasmo:

“Olá detetive, vejo que está de olho em mim, não? Pois é, eu também estou de olho em você. Nada que faça vai fazer diferença, eu sei todo o seu círculo de amizades, e se eu de fato desejasse sua morte, você já estaria morto. Aconselho que tome mais cuidado com as pessoas de sua confiança, vá por mim, há cada vez mais máscaras neste mundo...”.

Ao ler a carta, dei um soco na caixa de correio. O Senhor Thompson estranhou, pedi desculpas ao velho, que foi embora em sua bicicleta, aterrorizado. Resolvi fazer minha família se mudar, para isso, pedi ao meu amigo George para providenciar o transporte. Resolvi passar alguns dias no computador, até que encontrei uma loja de fantasias com diversas máscaras de porcelana, interroguei o dono, mas não obtive resultados. Eu estava para finalmente pregar os olhos, quando o telefone tocou. Eu atendi, era Howard, um dos meus colegas: “Seu irmão está morto, sinto muito. Há alguns dias ele não comparecia ao trabalho, pensamos se tratar de doença, mas estávamos enganados. O lixeiro encontrou um corpo ao recolher o lixo, era o corpo do seu irmão, mãos e pés desaparecidos, rosto desfigurado”.

Entrei em choque, meu irmão estava morto! Meu querido irmão, que sempre me ajudou quando precisava, estava morto! Eu estava prestes a me afundar na bebida, quando me lembrei de um ponto importantíssimo, a carta que li há semanas obviamente deveria ter um remetente. Como fui estúpido! Passei os olhos rapidamente na parte traseira da carta, o endereço, bem, o endereço me assustou, Colégio Particular do Padre Brutus. Era nada mais nada menos que minha antiga escola, afundei o sapato no acelerador e parti para lá, o local estava caindo aos pedaços, pra falar a verdade, seria demolido no mês seguinte. Eu arrombei a porta com toda a minha força, tirei a minha pistola calibre 38 do coldre e berrei: “Eu sei que está aí, desgraçado! Apareça covarde!”. Para a minha surpresa, ouvi uma voz: “Ora, ora detetive. Realmente achei que nunca fosse me encontrar, pouco importa, não estou com medo de morrer, muito pelo contrário. Isto é apenas um jogo pra mim. Ah sim, tirou sua máscara antes de vir pra cá? Espero que sim, do contrário, terei de tirar eu mesmo depois de te matar...”.

“Vá à merda, desgraçado covarde! Acha mesmo que vou cair nesse seu joguinho de palavras?”, eu disse, com todo o ódio do meu coração, ao mesmo tempo em que atirava para todos os lados, como um lunático. Eu vi um vulto descer as escadas de madeira podre com segurança, uma chuva forte se formava fora da escola, com trovões de estourar os tímpanos e raios de cegar até mesmo Deus. O assassino estava agora diante de mim, com uma máscara tão branca quanto a mais pura neve, com apenas fendas para os olhos, me pergunto como ele conseguia respirar com tão pouco espaço. O desgraçado deu um suspiro e disse com desprezo, ao mesmo tempo em que sacava uma arma, apontando-a para mim: “Você não consegue nem sequer proteger a si mesmo, como vai proteger seus entes queridos?”. Eu apertei o gatilho, com violência. Para minha surpresa, a minha arma não disparou. Tudo o que ouvi foi um simples e direto estalo.

Preparei-me para morrer, seria rápido e indolor, mas não foi nada rápido, muito menos compreensível. O assassino atirou na própria cabeça, caindo ao encontro do chão. Peguei seu corpo no colo e corri para o hospital, que ficava do outro lado da rua, por sorte. Não me pergunte como, mas a bala não acertou onde deveria. Apenas as funções de escrita e fala do sujeito foram comprometidas. Eu queria MUITO que fosse isto que me fizesse ter pesadelos todas as noites, mas não foi, pois o assassino... Era meu irmão. Quando perguntaram ao meu irmão como ele forjou a própria morte, ele apenas balançou a cabeça, com desprezo. Foi igual com todas as perguntas, exceto a mais importante: “Você matou aquelas pessoas?”.

No dia de sua execução por injeção letal, eu estive presente, junto com George, que há dois dias havia deixado minha família em um hotel na cidade vizinha. Quando perguntaram ao meu irmão quais seriam as suas últimas “palavras”, ele apontou para George, e depois para sua própria marca de nascença, ninguém entendeu o motivo daquilo. Na tarde daquele mesmo dia, George disse que iria viajar para a Espanha, na esperança de conhecer um novo amor, logo depois, liguei a televisão no canal de notícias e empalideci com as palavras ditas pelo jornalista: “Uma mulher de 35 anos sua filha de seis foram encontradas mortas dentro de um quarto de hotel, as análises feitas em seus corpos indicam estupro possivelmente recente”. E então... Eu finalmente entendi as últimas palavras do meu irmão.

Creditos ao Wiki Creepypasta

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