terça-feira, 21 de novembro de 2017

Eu Nunca Gostei Dele

Eu tinha um primo que tinha uma namorada, Cintia. Eles viviam brigando. Nós eramos muito amigas, eu ia na casa dela, conversávamos e eu brincava com a gata que ela tinha. Eu adorava aquilo, me divertia muito. Mas ai, ele chegou. Aquela maldição. Eles tiveram um filho. Uma vez que eu estava na cozinha quando ouvi minha mãe falar que Cintia estava gravida. Eu ainda ia na casa dela, afinal, ainda eramos amigas, claro. Só que quando aquilo nasceu, eu não fui ver Cintia no hospital. Fiquei sabendo do nome, Thiago. Esse era o nome da coisa. Ele era insuportável. Chorava, gritava, esperneava o tempo todo. E o pior, sempre que Cintia vinha pra minha casa, ela trazia ele. E eu apenas me escondia. As coisas já não eram as mesmas entre eu e Cintia. Eu pouco falava com ela depois daquela coisa chegar. Todos davam atenção a Thiago, achavam que ele era um deus. Mas eu apenas afundava na lama. Uma vez Cintia brigou comigo por eu ter chamado ele de coisa ou aquilo. Até que o meu aniversario chegou. Um dia que eu poderia ser feliz, sem brigas ou tristezas. Cintia veio com a coisa. Eu apenas deixei quieto. Eu falei com a minha mãe que queria fazer bombons com as forminhas que havia ganhado, e ela concordou. Então derretemos o chocolate e colocamos nas formas. Íamos enfeitar os bombons com chocolate branco depois. Até que Cintia chegou pra mim e perguntou se podia enfeitar um bombom, e eu disse sim. Eu olhei pra trás e quando olhei de volta percebi o que ela havia feito ali. Eu não conseguia acreditar. Ela havia escrito "Th" no bombom. Eu olhei pra ela e ela riu. Eu fiquei confusa o dia inteiro, mas depois, eu só sentia raiva. No dia seguinte ela veio sem a coisa. Ela percebeu que eu estava brava por ela ter feito aquilo e veio falar comigo. Então ela disse: "Desculpe eu ter escrito no seu doce" e depois foi embora. Depois de uns dias, minha mãe me perguntou se eu não queria ir na casa de Cintia. Então eu pensei que seria mais fácil se vingar na casa dela. Vingança era a única coisa que eu queria, por isso eu disse sim. Minha mãe falou com Cintia e logo ela veio me buscar. Quando eu entrei na casa dela, vi aquilo sentado num tapete de EVA no chão. Cintia disse que iria sair por alguns minutos e queria que eu tomasse conta da coisa por ela. Eu disse que seria ótimo. Quando ela saiu e trancou a porta, comecei a pensar em como seria minha vingança. A cena do nome da coisa escrita no meu doce passou rapidamente pela minha cabeça e logo eu tinha o plano de vingança perfeito. Eu apenas fui até a cozinha e peguei uma faca. Eu olhei pra coisa sentada no chão me encarando, fazendo meu sangue ferver. Eu tinha que matar aquilo. Era um desejo que me consumia por dentro. Dei uma pancada forte na cabeça da coisa pra fazer com que não gritasse. Abri a barriga daquilo e esculpi meu nome com a ponta da faca na cabeça. Com o sangue da barriga, eu escrevi no chão: '''"EU ESCREVI NO SEU DOCE"'''

domingo, 2 de abril de 2017

Lista de Compras

Você recebe uma ligação de sua mãe. Ela te pede pra ir no mercado e comprar algumas coisas pra ela. Pão, leite, cereal e peito de frango.

Após escrever uma listinha, você, relutantemente, entra no carro e pega os itens no mercado. A balconista faz uma observação estranha para você.

"Sabe, acho que não corremos o risco de haver uma crise de falta de leite."

Após chegar em casa, você bate varias vezes na porta. Sem resposta. Você decide tentar abrir a porta. Está aberta. Você coloca as compras na mesa. Estranho, parecem haver seis sacolas de compra, cada uma contém itens idênticos aos que você comprou, alguns como o frango e o leite até estão azedos.

"Mãe?", você chama, sem resposta.

Você passa pela cozinha e vai até a sala.

Sentada no sofá, com sua cabeça cortada e quase caindo em seu colo, está sua mãe.

Naturalmente você liga para a polícia, que vem investigar. Eles mencionam que ela está morta por quase uma semana. Além disso, o psiquiatra da polícia está na cena do crime e fala com você assim que você dá sua declaração oficial. Sentando na escada da frente, você ouve o psiquiatra falando com um investigador.

"Não é incomum pessoas que sofrem de esquizofrenia se sentirem trancados em uma série de comportamentos repetitivos", ele diz.

Você pensa, "Eles não devem estar falando sobre mim. Esquizofrenia? De jeito nenhum! Comportamento repetitivo? Eles pensam que eu fiz isso?"

De repente seu telefone toca. "Alô?"

"Oi meu anjo. Você poderia passar no mercado e comprar um pouco de leite e frango? Ah, vou precisar de pão e cereal também."

"Claro mãe, sem problemas. Tô de volta num minuto…"